O
mesmo propõe solução curiosa para a resolução da crise em
segurança pública, qual seja, o fechamento de bairros (periféricos) com vistas
a sanar o problema da violência a partir da lógica condominial, em que guaritas
seriam instaladas, às quais, policiais (“dois ou três) seriam destacados de
modo a conferir segurança para as pessoas que não possuem “grana” para pagar.
Veja. A confusa
proposta, na base da qual habita uma flagrante marca segregacionista, divide a
população entre um condômino de primeira classe e um periférico de 5ª, sob o
discurso de que o fim último será a utilização dos bairros com liberdade (cabe
sublinhar que a indigitada proposta negrita acabar com “funk” e o “assalto”).
Vejamos
a fala dessa figura:
“Eu quero levar essa segurança para a periferia.
Vamos
fechar os bairros e colocar segurança. Se for o caso, as pessoas que não
possuem grana para manter segurança, vamos colocar policiais em três, ou quatro
ruas com guarita. Para entrar, basta se identificar à noite. [com essa
proposta] Acaba o funk, acaba o assalto, você dorme em paz“ (...).
Evidente que ninguém precisa dominar os elementos básicos de análise do discurso, da semiótica, para identificar a absoluta estupidez da proposta, uma vez que a lógica da privatização da segurança pública perfaz o centro desse tipo de loucura. Ou seja: o aparelho repressivo do estado, cuja concepção e finalidade residem na ação preventiva/ostensiva (polícia militar) e de persecução penal na figura da polícia judiciária (polícia civil), papéis ignorados por esse indivíduo morador de W.C., garantiria, a partir da malfadada implementação, a legitimação institucional de grupos criminosos, os quais, sob a blindagem de seguranças particulares e aparelho estatal, não encontrariam obstáculo para consolidar um poder inegavelmente instalado.
Ora, a relação das pessoas com seus bairros restam
atravessadas pela vivência comunitária, na base da qual, a individualidade é construída, razão pela qual, erguer guaritas e a exigência de
identificação para ingresso em seu espaço de referência concreta significará a
produção moderna de “campos de concentração” (ou, "condomínios de concentração"), nos quais, o confinamento será a
base para as relações, condição que inauguraria outras formas de corrupção,
como o suborno a policiais e seguranças privados para ingresso indevido no
espaço urbano ou mesmo um "up" na galvanização do crime organizado, à medida
que as zonas de domínio dos mesmos estariam blindadas pela cooperação estatal
privatista.
A crítica a essa imbecilidade, em verdade, precisa
ultrapassar essa camada que é a menos relevante em razão do ridículo que
representa; porém, é justamente por ser ridícula, que oculta o real propósito
consistente numa provocação “porca” e tendente a arrastar o debate para o extrato em que a extrema direita "deita e rola", qual seja, o lugar do senso
comum; o lugar sem vergonha das soluções fáceis, as quais encontrarão abrigo
no seio dos incautos, na consciência estúpida e pior, naquelas pessoas humildes de
boa-fé, para quem as boas intenções do perverso Weintraub soarão como doce
melodia.
Por fim, o candidato informou, que voltará a viver no
Brasil caso seja eleito.
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