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Mostrando postagens de 2022

Monoteísmo ético e suas implicações na concepção ocidental de educação

     As assimetrias na história do povo hebreu ao lado de suas idiossincrasias, compreendem interessante objeto de análise com vistas a uma reflexão acerca dos elementos de influência sobre o ocidente, e, em última instância, à realidade brasileira, no que toca ser aquele povo referência ao conceito de monoteísmo, de modo a abarcar a concepção e conteúdo ocidental da fé (ao menos para parte significativa do continente).  Não obstante, o componente ético que matiza a compreensão do exercício da fé pelos hebreus resta incorporado, indissociavelmente, à dimensão ontológica, uma vez que a unidade presente no entendimento geral do que seja seu significado existencial, está imbricada à instância última do ser, ou seja, ao campo dos signos de onde se extraem as complexidades que definem essa coletividade. Sob tal perspectiva, impõe-se a inescapável consideração de que a comunidade judaica manifesta, além da concepção monoteísta, expressa na convicção em um único Deus (auto)existente, que atua

Escola sem partido como estratégia de vigilância e controle ideológico

            Na esteira das mobilizações políticas que se tem realizado no último decênio no Brasil, a constatação de que a história se repete como farsa não pareceria inverossímil ao mais antagônico marxista, uma vez que, os elementos simbólicos, instilados na consciência coletiva de modo a consubstanciar e obter adesão a discursos de cunho eminentemente conservador reservam, como dados da realidade social inquestionáveis, valores de natureza familiar e tradicional notadamente em contraposição aos intitulados “desvios” comportamentais que aviltam a ordem “natural” de existência fruto de suposto consenso na sociedade brasileira.               A correlação entre pauta moral e dimensão política resta inegável, uma vez que os movimentos de setores da sociedade que se insurgiram por exemplo nos anos 1960, de natureza contestatória e em face de um inimigo comum designado comunismo, é reeditado em pleno século XXI num processo sofisticadamente diversionista, no bojo do qual, o apelo aos val

Condomínios de concentração

         A  extrema direita, no Brasil, protagoniza os exemplos mais grotescos no âmbito do debate político. Esta corrente política, turbinada por uma mobilização internacional, cujos influxos alcançaram o Brasil e fora robustecida pela visibilidade que figuras como Bolsonaro alcançaram nos últimos anos, num processo que ostenta um discurso fascistóide, em que a lógica da violência encontra lugar de protagonismo, pensa as dimensões do Estado a partir de uma visão entreguista e privatista; razão pela qual, destacarei a recente "pérola" daquele inepto ex-ministro da educação bolsonarista Abraham Weintraub, atual candidato ao governo de S. Paulo - em  que pese morar em Washington nos EUA . O mesmo propõe  solução curiosa para a resolução da crise em segurança pública, qual seja, o fechamento de bairros (periféricos) com vistas a sanar o problema da violência a partir da lógica condominial, em que guaritas seriam instaladas, às quais, policiais (“dois ou três) seriam destacados

CULTURA E CIDADANIA: UM ELO NECESSÁRIO

     O caldo revolucionário fermentado na Bahia no início do século XIX, fora imantado pela irresignação ao cativeiro bem como pelo componente religioso especialmente dos negros islamizados que aqui aportavam, condição a produzir significativo receio do governo, uma vez que o Haiti demonstrara, pouco tempo antes, extraordinário exemplo emancipatório através de uma revolução cujos ecos indicavam a necessidade de precauções quanto à gestão da condição negra no país.      Evidentemente que as elites brasileiras em nada refletiam a mais remota disposição em considerar uma efetiva emancipação do povo negro escravizado, uma vez que a economia do império dependia de sua mão de obra, significando afirmar, que qualquer reflexão acerca da escravidão, estaria circunscrita aos interesses de uma elite cuja razão de fundo a orientar seus passos apenas incluía a manutenção do  status quo .      O conteúdo básico a balizar a hegemônica opinião acerca das sublevações negras no período retro indicado, c

ÁGORA CONFINANTE

A busca por reconhecimento público se tornou uma espécie de missão pessoal nesta era de (des) conexão, a qual impõe aos atores desta mega gincana existencial o cumprimento de tarefas, especialmente o compartilhamento de parcela significativa da intimidade. E se a imagem constitui dado e condição que revela o ser de modo imediato, o autorretrato (self) passou a ser eleito um exercício fundamental de reprodução imagético-relacional, o qual, embora aparentemente democratizante uma vez que aparelhos celulares viabilizaram a instantaneidade decorrente do registro digital, em boa medida a exposição de fotos em redes sociais parece constituir um chamado ao confinamento coletivo. A prática viciante de se fotografar por meio de celulares parece ter não apenas o propósito de se perenizar a ocasião à qual se atribui algum significado ou mesmo de mera distração para se transformar num protocolo ao isolamento. Sob o disfarce de expressões a revelar aparente contentamento, as pessoas encaminham, num