O pensamento ocidental possui, em suas raízes, a característica de perseguir o fundamento que dá sentido ao mundo, à existência. Explicar racionalmente a natureza dos elementos marcou a filosofia Grega, em cuja gênese, estava a ideia de arkhé/ápeiron (princípio primordial), a estrutura a partir da qual todas as coisas se originam e que contém as leis de ordenamento ao fluxo vital que não apenas possibilita o surgimento dos seres, mas, igualmente, lhes impõe submissão a uma ordem natural que determina o desgaste e sua transmutação em consonância com uma lógica de justiça, tendo em vista a compreensão de que o embate entre os opostos resulta em envelhecimento e consequente retorno ao princípio fundamental do qual foram gerados (diké).
Os elementos em oposição, do ponto de vista da filosofia nascente, estão subordinados a um princípio básico na ordem das coisas, manifesto no antagonismo contrastante entre seco e úmido, quente e frio, por exemplo. Tal ordem impõe a experiência de transição, na qual os seres surgem e se corrompem para retornar à fonte ou princípio vital de todas as coisas identificado de diferentes formas, desde a água, ar e mesmo o fogo.
A dissonância expressa nas manifestações físicas dos elementos, não obstante destacar as diferenças, oculta, igualmente, de acordo com os filósofos pré-socráticos, o vínculo com o ente primordial do qual todas as coisas em contraste derivam, concepção muito relevante se a deslocarmos para o campo da hodierna discussão sobre diversidade.
A oposição, de fato, perfaz uma condição inerente aos seres humanos, em cujo cerne reside a eleição de diferentes interesses, para a defesa dos quais os indivíduos utilizam o recurso da luta, do embate, o qual, por analogia, pode ser vislumbrado no processo de interação entre os elementos naturais, seja na chuva que cai sobre a terra a umidificando e o sol que assola a superfície das águas evaporando-as, bem como o fogo que açoita os ares o consumindo em alguma medida.
As ideias filosóficas preambular e singelamente expostas nos fornece interessante padrão, o qual, transposto para a arena de análise proposta, nos dá a dimensão do quanto a arquetípica construção filosófica pré-socrática foi importantíssima para definir o modo como o raciocínio ocidental se delineou, notadamente moldado sob a referência antagônica das ideias e comportamentos.
Tal condição pode ser demonstrada de modo simples, tomando-se, por exemplo, as oposições político-partidárias, as quais se expressam nas diferenças inerentes às agendas dos diversos partidos, pautadas em convicções dissonantes e expostas à crítica das correntes antagônicas.
Ocorre que, no campo político, em que pese a diversidade ideológica, a depender dos interesses em jogo, a correlação de força entre os entes em oposição pode abrir margem para algum consenso, sem que isso signifique uma ruptura com o programa partidário, oportunidade que, igualmente, se expressa no bojo da luta.
A coerência sólida na arquitetura do pensamento grego que identifica o caráter opositivo que emoldura o cenário existencial, nos leva a reconhecer o fato de que, as diferenças a marcar a condição dos seres são mediadas pela luta, que pode se expressar em sua feição colérico-beligerante, ou sob a disputa argumentativa, restando observar, que, da colisão entre tais modalidades, inescapavelmente, a ação do tempo promove acomodações e ajustes resultantes de eventual convergência entre os desiguais e, sobretudo, pela justiça (diké), expressa pela ação do tempo que fragiliza os indivíduos/elementos de modo a restaurá-los através do retorno ao princípio (arkhé) do qual são provenientes.
Em algum lugar na Via Láctea,
Maurício.
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